Relatório da Nielsen revela as principais tendências que moldarão o marketing em 2025
Inteligência artificial, mídia conectada e equilíbrio entre canais digitais e tradicionais estão no centro das estratégias globais, segundo novo levantamento da Nielsen
O cenário do marketing continua em rápida transformação, e os profissionais da área já começam a redefinir prioridades para os próximos anos. É o que mostra o sétimo relatório anual de marketing da Nielsen, divulgado em 2025. A pesquisa, que ouviu 1.400 executivos de diversos setores ao redor do mundo, identificou três grandes tendências que devem moldar o setor nos próximos ciclos: o avanço da TV conectada (CTV) e retail media, o dilema entre crescimento de receita e construção de marca, e os desafios da mensuração em um ambiente cada vez mais fragmentado.
1. Investimentos crescem em CTV e retail media, mas mídias tradicionais ganham novo fôlego
Os dados da Nielsen revelam que 56% dos profissionais de marketing planejam ampliar seus investimentos em CTV em 2025 — um crescimento de 3 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Já as redes de retail media ganham ainda mais relevância: 65% dos entrevistados apontam que esse canal será fundamental em suas estratégias de mídia ao longo do ano.
Mesmo com o domínio dos investimentos digitais, a publicidade tradicional volta ao radar. A pesquisa aponta que 16% dos profissionais pretendem aumentar em mais de 50% seus orçamentos voltados à mídia out of home (OOH), sinalizando uma retomada do interesse por canais offline.
A inteligência artificial (IA) também entra com força na pauta. Entre as marcas com orçamento publicitário acima de US$ 1 bilhão, 71% apostam que a IA será a tecnologia com maior impacto no marketing em 2025, especialmente por sua capacidade de personalização e automação. Ainda assim, o otimismo encontra limites: mais da metade dos entrevistados globalmente (54%) prevê redução de investimentos publicitários em 2026, reflexo de uma expectativa de cenário econômico mais restritivo. Na Europa, esse número sobe para 60%.
2. Marcas equilibram objetivos de branding e performance
A busca por equilíbrio entre fortalecer a marca (top-funnel) e gerar receita (bottom-funnel) se intensifica nas estratégias de marketing ao redor do mundo. Enquanto América do Norte e Ásia-Pacífico apresentam divisão quase igual entre os dois objetivos, com pouco mais de 48% focados em brand awareness e 47% em performance, o cenário muda em outras regiões.
Na Europa, por exemplo, 59% priorizam crescimento de receita, deixando o branding em segundo plano (37%). Já na América Latina, a tendência se inverte: 46% dos profissionais colocam a construção de marca como principal foco, enquanto 41% concentram esforços no desempenho de vendas.
Além disso, o relatório identificou um debate recorrente sobre a alocação de verba entre canais digitais e tradicionais. Apesar de 24% ainda preferirem o digital e 32% o tradicional, 44% dos profissionais buscam uma abordagem híbrida, com destaque para a América Latina, onde esse equilíbrio aparece de forma mais acentuada.
3. Medir resultados ainda é um dos grandes desafios
Em meio à multiplicidade de canais, plataformas e formatos, mensurar com precisão o retorno sobre investimento (ROI) continua sendo um dos maiores obstáculos enfrentados pelos profissionais de marketing. Apenas 32% dos entrevistados globalmente afirmam conseguir integrar métricas digitais e tradicionais em um modelo único e eficiente de avaliação de resultados.
Quando se analisa apenas a América Latina e a Europa, esse número cai ainda mais: apenas 29% e 23%, respectivamente, conseguem aplicar mensuração unificada em suas estratégias.
Entre os principais entraves estão a qualidade inconsistente dos dados, ferramentas limitadas, excesso de fornecedores e falta de transparência, especialmente nos canais emergentes, como as redes de retail media.
Metodologia da pesquisa
O relatório da Nielsen ouviu 1.400 profissionais de marketing entre os dias 25 de fevereiro e 6 de março de 2025, por meio de um levantamento online. Todos os participantes atuam em cargos de liderança e possuem orçamentos de marketing acima de US$ 1 milhão, sendo que dois terços deles controlam verbas superiores a US$ 10 milhões anuais. O foco da pesquisa esteve nas estratégias de mídia, tecnologia, mensuração e tendências globais.